Amanheceu.
Acordo.
O Sol já vai alto, mas para mim ainda é de manhã.
Saio à rua e olho para as pessoas. Pode parecer redundante, mas não é: sinto que ninguém está a olhar para mim.
Olho, cara a cara, rosto a rosto e tento imaginar que história têm para contar.
Uma idosa pareceu-me contente, feliz. Tem ar de quem tem netos e um objectivo de vida cumprido. Outro rapaz parece preocupado, talvez seja desempregado: fuma desalmadamente. A outra senhora não consegui perceber, pareceu-me bem mas ia certamente trabalhar.
Reconheço uma ou duas caras entre a multidão e aceno. Aperto a mão a um conhecido que hoje acordou bem disposto.
Sorriu, simpaticamente.
Continuo.
Quase a chegar ao meu destino, um mendigo estende-me o que me pareceu um copo imundo e pede-me esmola. Viro a cara, finjo não ver. Uma reacção altamente cobarde.
Mas no fundo, não posso querer mudar o mundo.
Sinto que alguém me está a observar com um ar ameaçador. Também olho.
Que estranha forma têm as pessoas de se relacionar hoje em dia.
Continuo.
Isto não está a correr mal, já sorri uma vez.
Sento-me.
Sinto que algo mudou. Em mim, no mundo, não sei.
Penso.
Foi em mim, tenho a certeza.
Apalpo-me, sinto-me. Ouço algo a bater.
(O meu pai quando eu era pequenino dizia que tinha engolido um relógio!)
Isto continua a não correr mal, já sorri uma vez.
Almoço, lancho, janto.
Sento-me.
Afinal hoje, feitas as contas, não correu nada mal: afinal, sorri uma vez!
Acho que quero ignorar que foi um sorriso de circunstância. Serve.
Já deitado, sem nada para olhar, chovo. (sim, chovo!)
Penso porque escrevi isto.
Talvez seja para contar a alguém o que não contei hoje.
Mas só no fim, mesmo mesmo mesmo agora percebi.
Não tinha nada para dizer.
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
65 anos após o encerramento de auschwitz
Hoje faz 65 anos que o maior campo de concentração da Alemanha Nazi foi encerrado (1,1 milhões de mortes).
Um bocado da Europa e do Mundo morreu ali.
Que nunca nos esqueçamos disso.
talvez seja esta a minha primeira ideia..
Talvez tenha chegado a altura de voltar a escrever alguma coisa.
Talvez.
Escrevo sempre para mim e para quem me lê.
Talvez um bocadinho mais para mim.
Talvez.
Aí provavelmente justifico algum silêncio da minha parte.
Porque quem fala demais, acaba por não ter nada para escrever.
Talvez por isso não escreva.
Talvez.
Mas isso é sem dúvida, muito importante para mim.
Obrigado a todos e bem vindos ao meu novo blog.
Talvez.
Escrevo sempre para mim e para quem me lê.
Talvez um bocadinho mais para mim.
Talvez.
Aí provavelmente justifico algum silêncio da minha parte.
Porque quem fala demais, acaba por não ter nada para escrever.
Talvez por isso não escreva.
Talvez.
Mas isso é sem dúvida, muito importante para mim.
Obrigado a todos e bem vindos ao meu novo blog.
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